Seria um poema de amor...

Palavras

Pensamentos

Luzes

Vozes

Música

Tanto penso para escrever que nada mais me vem à cabeça,

meu pensamento não está aqui.

O papel é o refúgio, a fuga...

O papel é a forma.

Forma de que?

Forma de dar forma ao meu pensamento distante...

Mas ele não está aqui.

Olho o papel e tudo desaparece

Pensei mil coisas que queria escrever

As idéias surgiam como a chama de uma vela,

que morre com o primeiro soprar...

Eis que me vejo aqui,

Eu, caneta e papel –

Em tempos modernos se usa o computador!

Mas ainda prefiro a velha caneta azul – ,

os riscos e borrões parecem me inspirar,

mas não passa de ilusão,

continuo tentando lembrar, tanta coisa havia para dizer.

Palavras, pensamentos, luzes, vozes, música...

Agora não há mais nada,

apenas o sabor desconfortável do esquecimento...

Lembro de coisas que aconteceram

Tento imaginar um futuro

E o meu presente está aqui,

Eu, caneta e papel

E mais nada...

Nenhuma idéia, nenhuma palavra

Pensamentos?

Luzes?

Vozes?

Música?

Vácuo. Apenas vácuo.

Gabriela Braga.