Medíocre. É isso o que eu sou.
Despois de tantas divagações, a única constatação: não tenho nada que me diferencie dos demais; não há nada de bom ou de novo pra oferecer. Onde está o corpo perfeito? A super inteligência? O gosto supra-refinado por bons livros, bons discos, bons filmes? Onde está a capacidade de argumentar e contra-argumentar e discutir sobre todos os assuntos intelecto-culturais possíveis e até inimagináveis?
Não existe.
Nada disso existe. Nenhum poder superior que contraponha aos tantos que faltam. Nada que possa causar uma impressão diferente, uma admiração diferente, um desejo diferente. Nada.
Nada de menos, também.
Medíocre. Isso, e apenas isso. Nem superior nem inferior.
Apenas alguém que passa despercibido pelo mundo, pelas pessoas, pela vida. E já não se sabe se quem passa sou eu ou se é ela - a vida - que passa por mim despercebida. Não importa. Seja como for, sempre na linha que corta os hemisférios. NA LINHA.
Nem acima, nem abaixo. A linha.
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2 comentários:
Cada um sabe da sua mediocridade, né? É impressionante como essa tal Linha é flexível a tantas disposições.... Há quem a faça sumir de tão rebaixada, pondo a si próprio no mais alto dos altares; há quem a eleve estratosfericamente, mergulhando no mais abismal dos níveis... Mas sabe de uma coisa, Gabi? Eu gosto de onde sua Linha está... E gosto da idéia de "andar na linha". É uma posição que nos inquieta sempre a tentar pular para o que quer que haja num nível superior (uma outra linha, talvez), mas que também nos deixa atentos para não desequilibrar e cair onde não existe rede de segurança...
Ah... Eu vou botar o seu endereço n'A PINHA, tá? Se não quiser, eu tiro depois. ;)
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